Sintaxe à vontade

Sintaxe à vontade

Especial de Dia dos PAIS

Sempre é assim, compra presente, vai almoçar no domingo, passamos o dia juntos comemorando a existência da paternidade... mas, e quando não há o que comemorar, não digo por o pai ter morrido, ou por ele estar longe, e sim pelo simples - mas que muda tudo- fato de que não merecer esse titulo.


É muito fácil, uma bela noite - ou manhã, ou tarde - um homem e uma mulher se encontram e por ironia do destino essa noite gera um fruto, a partir daí esse homem e essa mulher tem responsabilidades com essa criança, tem que dar carinho, amor, atenção, abrir mão de uma parte da sua vida para que essa criança venha a crescer bem, com saúde, alegria, sabendo o que é certo e errado e tudo mais.
Mas, e quando esse pai não entra nesse jogo, digo, quando tudo o que se faz é reclamando, brigando, isso quando faz alguma coisa. Um pai que se preocupa mais com o seu bolso, com o seu bem estar, com a sua comida chinesa as sextas, sábados, domingos ou qualquer outro dia da semana. E não é capaz de se preocupar se suas filhas tem comida na mesa, se elas estão bem, doentes, tristes ou qualquer outra necessidade básica.
Eles - esses pais - se preocupam com a aparência, em ter o carro do ano, o celular mais moderno e dizem que sem isso não podem viver... mas vivem, e muito bem, sem ligar pros filhos, sem procurar, criando intrigas com o namorado, amigos, familiares da parte materna, principalmente a sua mãe e sabendo da vida de seus ninhos apenas pelo fecebook, e só sabem o seu status mais recente, pois aparece na sua pagina inícial.
Que absurdo!


Que fique bem claro, uma hora qualquer pessoa cansa de tanta hipocrisia, não ficaria esperando a vida toda por uma mudança que nunca vai existir... não jogo a toalha, por amar demais, mas canso e me protejo do sofrimento que é a decepção, pois já passei por ela umas trilhões de vezes por causa dessas coisas.

Dia dos pais, é, dia dos pais, mas é dia daqueles pais que brincam com o filho na rua, que ensinam ele a jogar  bola, que riem o seu riso e choram o seu pranto, que brigam quando tem que brigar e não o tempo inteiro, que fazem as coisas por amor e se preocupam muitíssimo com os seus baxinhos. Sabe aqueles pais que são pais, e não uma farsa, uma fantasia.

Eu, tenho dois pais, e me orgulho muito do segundo. O meu pai do coração que eu sei que se eu ligar e disser eu preciso de você ele não exitaria em me ajudar, mesmo que longe, nunca diria eu não tenho tempo agora, não quero saber, você não é minha filha. Esse é o meu pai, o meu amor, a minha vida.
Já o outro, me dói muito, muito. Mas vai passar.

-
Relíquias de uma memória, Juana Borges


  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS
Read Comments

0 cochichos:

Postar um comentário