Sintaxe à vontade

Sintaxe à vontade

O que está acontecendo, eu estava em paz quando você chegou...


Talvez a vida seja assim mesmo, cheia de encontros e desencontros, repleta de dúvidas e incertezas e uma porção bem grande de frases feitas. Talvez eu nunca tenha estado com tanto medo, tão perdida e com tantas dúvidas. É como se a cada segundo eu só conseguisse pensar em uma coisa, uma situação, inúmeras decisões que terei que tomar se tudo der errado e uma decisão definitiva se tudo der certo – e eu prefiro essa decisão definitiva.

Não consigo deixar de pensar o que eu poderia ter feito antes dessa situação chegar a esse ponto, são esses malditos “se” que me matam, se eu tivesse conversado antes, se eu tivesse sido sincera, se eu parasse com essa idéia do amor epidérmico e levasse mais a sério a minha vida e a vida das pessoas envolvidas, ou melhor dizendo, da pessoa envolvida, se eu tivesse mais consciência das conseqüências, se eu parasse de pensar que algumas coisas nunca vão acontecer comigo – sendo que elas podem acontecer.

Mas do que adianta mesmo esse martírio todo? De nada, né?! Mas quem foi que disse que a nossa razão sempre tem razão? Não sei até quando consigo controlar os meus sentimentos, sinto como se eu sempre estivesse na direção de um ônibus escolar, sabe, lotado de crianças pelas quais eu tenho toda a responsabilidade do mundo e não posso deixar que nada aconteça com elas, como se tivesse que proteger a todos e assim eu acabo “deixando” meus sentimentos “reservados”, “quietos” por mais que eles estejam a beira de uma erupção.

Não digo que nunca me apaixonei, até porque se eu fizesse essa afirmação eu estaria fazendo a declaração mais mentirosa já vista, porém não posso negar a minha decepção com algumas atitudes, alguns olhares e algumas preocupações voltadas para o foco errado – no meu ponto de vista, obviamente. Só eu sei o que venho passado e sei que só você sabe o que você vem passado, só nós sabemos, só nós sentimos dessa forma. Mas se a sua preocupação é essa, é bom relaxar que a minha dose de loucura eu só tomo com você e ela só é excitante se tomares comigo, enquanto um de nós não estiver na mesma sintonia, essa dose não faz efeito e nem sentido!

Poderia passar horas falando dos motivos para essas decisões, entretanto a cor dos teus olhos é o melhor motivo possível, o que eles representam, o pânico que encontrei neles na ultima noite, não negarei que esse pânico anda persistindo nos meus também, mas o teu tem todo um significado... ainda não consigo acreditar o quanto os teus olhos dizem-me coisas que nunca pronunciarias.

Eu nunca, mas nunca mesmo imaginava me envolver tanto, sabe, sentir o que sinto. Acho que se me contassem a história da minha vida de hoje em Julho/09 eu riria tanto dessa situação improvável, que minha barriga com certeza doeria por uma semana. Quem diria... na verdade, ninguém diria!

É injustiça afirmar que tiraste a minha paz, até porque na realidade, eu que devo ter tirado a tua e até hoje não faço idéia porque esse pensamento me traz tanto prazer. Eu adorava tanto te incomodar, tanto discutir e dizer que te odiava, um ditado popular já pronunciava que tanto ódio era amor, mas eu nunca o levei a sério, como sempre eu fui pela idéia de que essas coisas não aconteciam comigo. Agora estou eu aqui, apaixonada e escrevendo sobre ti, ninguém diria!

Obrigada, por me surpreender, por me fazer sorrir, por fazer com que eu me reencontrasse com a paixão, por me fazer acreditar que tudo pode ser fácil só basta querermos, obrigada por dar valor a vida e fazer com que eu visse que em tudo pode existir prazer.

Agora chega, eu te amo!



[Relíquias de uma memória, Buana Jorges.]

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